quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

O que você vai ser quando crescer?

Quando eu era criança e me perguntavam o que eu gostaria de ser quando adulta, eu não sabia exatamente essa resposta. Mas, eu sabia o que eu não gostaria de ser. Eu não gostaria de ser "dona de casa".
E assim, eu cresci detestando afazeres domésticos e  tudo ligado à rotina de uma casa e continuo até hoje.

Mas, a vida dá tantas e tantas voltas e nos ensina que por mais que nós façamos, não podemos fugir do destino e de algumas lições. E aqui estou eu, há quase dois anos, sendo exclusivamente "dona de casa". Odiando, mas sendo mesmo assim. Por motivos de saúde, estou afastada do trabalho e me dedicando nos momentos em que posso aos afazeres domésticos. 

Nesse tempo, eu já surtei diversas vezes (marido que o diga!), já tentei largar mão de tudo e não dar a mínima para a arrumação, já tentei dividir tarefas, já tentei deixar para fazer toda a faxina em apenas um dia, já tentei criar uma rotina para me organizar, mas nada disso rolou...porque eu simplesmente não nasci para isso e qualquer tipo de esquema que eu faça, até mesmo desencanar, visto que sou extremamente exigente comigo mesma e não me permito relaxar; não dá certo.

Então, eu me pergunto: que raio de aprendizado pode vir para a vida de uma pessoa que se preparou para tudo nessa vida, exceto para ser uma dona de casa??? Talvez seja a humildade!!! Talvez seja o fato de entender que por mais que façamos planos para a vida, ela tem outros planos para nós, talvez eu tenha que exercitar a minha paciência, pois um dia, eu ainda poderei retomar a minha vida e ter uma rotina que não inclua  lavar banheiro, cozinhar e usar aspirador de pó exclusivamente...

Eu sei, eu sei...essa postagem está um mimimi danado! Mas, às vezes, desabafar é necessário e se um blog não servir também para isso, não sei para mais o que servirá.

Acho que ser mulher é tão complicado, eu não sei se somente eu sinto assim. Porque mesmo estando sem trabalhar por motivos mais do que justos, mesmo dando um duro danado com afazeres de casa, ainda assim, bate uma culpa danada por não estar trabalhando fora. Aquela culpa de não estar exercendo uma atividade remunerada, ou de não estar colaborando com uma atitude de mulher moderna... Estar em casa às três da tarde, em uma quarta-feira, mesmo que tomando milhares de medicamentos, e sentindo dores quase que diariamente, mesmo que estando em tratamento em um grupo de dor em um hospital renomado e passando por esse perrengue danado há seis  longos anos, ainda assim me faz sentir uma culpa danada. Como se eu não tivesse o direito... É, esse é o maravilhoso mundo feminino! 

Mas, essa é a minha vida e eu não reclamo, apenas gostaria de entender, porque eu sei que assim como eu, cada um de nós enfrenta as suas dificuldades, maiores ou menores, mais difíceis ou menos que as minhas, mas cada ser tem as suas.
E eu não tenho medo de enfrentar as minhas, mas que elas tenham solução. Mas, que para cada uma delas, haja uma resposta!
E que o tempo passe para cada um de nós e que a vida traga as suas respostas, porque eu sei que ainda não encontrei as minhas...mas, que elas venham, por favor, venham!!!
E que eu ainda possa responder, de coração, não aquilo que eu não gostaria de ser, mas aquilo que eu quero ser...


google imagens
"Eu só quero uma vida normal. Nem leve, nem pesada demais, apenas do tamanho da força dos meus ombros."

Ita Portugal


Um comentário:

Roselia Bezerra disse...

Olá, querida Flávia
Que vc tenha uma fé viva e perene!!!
Bjm fraterno