Tenho 35 anos...exatos!!! E esse tempo passou muito depressa, especialmente após os 28, quando minha vida começou a dar sinais de que ia falhar, como um carro que começa a "engasgar" no meio da estrada e mesmo assim fingimos que nada está ocorrendo e vamos levando, mas uma hora, ele falha de vez e não dá mais a partida....puft....morreu de vez...comigo foi assim: fui empurrando com a barriga, levando aos trancos e barrancos dos 28 aos 32, até que, não consegui mais dar a partida e parei de vez.
Foi extremamente difícil para uma pessoa como eu , que tinha a vida profissional planejada, engatada já na 2a marcha, prontinha para colocar em 3a e dar um grande salto, entender que eu tinha que abandonar tudo e cuidar da minha saúde...resultado: deprimi!!!
Hoje, três anos, três psicólogos, muitas surtadas após, estou começando a aprender e a entender que as coisas na vida, tem um sentido e um valor muito, muito maior do que o meu próprio umbigo e a minha mísera carreira profissional.
Nossa vida envolve outras pessoas além do nosso mísero ser...nossos pais, maridos, esposas, filhos (quem os tem), amigos, ou seja, pessoas que nos amam, no meu caso, mais dois cachorros e uma gata...:-)
Todos envolvidos no meu processo de busca pela cura e que sofrem junto comigo, torcem por mim, se envolvem, participam, forma-se uma espécie de união que eu não sei explicar muito bem, mas pela qual sinto-me responsável, ao menos em agradecer essas boas energias.
Durante esses anos difíceis da minha vida, já perdi a lucidez em alguns momentos, já desejei não existir ou deixar de existir...já desejei parar com o tratamento, já desejei e tentei diversas vezes desistir de mim, mas algumas pessoas desse círculo, que me acompanham de mais pertinho, não permitiram que isso ocorresse.
Tudo, tudo nesta vida é aprendizado, mas às vezes, não estamos prontos para assimilar, para entender o porque de certas coisas.
Há muito tempo eu venho me perguntando o motivo de tanta dor...eu descobri...e agora, preciso aprender a lidar com isto.
Neste período de anos, sem saber essa resposta que eu tanto queria, andei perdida, confusa, indecisa, fiz e disse coisas que eu não queria...isso me fez entender que por esse mesmo motivo, muitas vezes nessa vida, pessoas que eu amei não puderam me amar, não puderam retribuir o meu amor. Talvez elas também estivessem tão perdidas ou confusas ou amarguradas quanto eu estive todo este período...e acredito eu que é aí que entre o perdão.
Talvez, para você leitor, não faça muito sentido o que estou dizendo, porque essa é a minha história de vida...mas será que um pequeno trecho não se encaixa?
Eu acredito que todos estamos aqui para "aprender" algo...e agora que fiz uma descoberta muito importante, que é a causa de minha dor, pois ela é emocional e nem por isso deixa de ser importante, talvez um dia, eu evolua um pouco com isso, eu aprenda a perdoar todas as pessoas que me causaram essas dores emocionais, pois esse é o meu desejo, e melhor ainda, eu possa passar isso adiante!
Às vezes, damos tantas voltas para aprender as coisas mais simples da vida: o amor, o perdão, a paz de espírito...ou melhor, para reaprender, pois quando crianças, nossos corações puros e ingênuos já carregavam toda essa sabedoria, mas deixamos de escutá-lo tão logo vamos adquirindo outros tipos de conhecimentos para "subir na vida" ou ainda "ser alguém"...dinheiro é importante, claro...serei hipócrita se disser que não, mas deixarei aqui anotado: Nunca mais esquecer de ouvir o meu coração! Ele sabe das coisas!
Um comentário:
Olá Flávia! Vi seu blog numa postagem da Fernanda Reali. Fui visitar o seu especialmente pelo seu sobrenome. Explico. Meu filho de dois anos é apaixonado desde 1 ano de idade (nossa, quanto tempo! Kkkk) por um livro infantil chamado Lino. O autor é o André Neves. Confesso que eu também sou apaixonada, por que a história é linda e apaixonante. Se puder, é bom ler. Eu recomendo.
Você disse tudo nessa postagem. Às vezes a vida toma decisões por nós e precisamos nos adaptar. E as pessoas que estão ao nosso lado são de extrema importância. É claro que tudo é um processo e existe pessoas que passam pelas etapas mais devagar.
Voltarei sempre pra te visitar, por que você é exatamente como o Lino. Ele fica triste quando acha que as coisas mudaram, depois tenta ver as coisas boas e finalmente ele vê que a coisa que perdeu estava ali, só que de um modo diferente.;)
Beijo grande! =)
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