Há algum tempo já não escrevo aqui.
São diversos os motivos. Falta de estímulo, tempo, enfim não cabe aqui e nem ao momento descobrir os motivos. Não me cobro em relação ao blog, deixo ao acaso. Estou em período de mudanças...
Gostaria de falar sobre alguns assuntos que tenho pensado ultimamente, que tenho vivido em meu cotidiano, pois o meu objetivo neste espaço é dividir com as pessoas momentos, pensamentos que talvez possa ajudar de alguma forma alguém que esteja passando por situações parecidas.
Há algum tempo já, minha vida estacionou. Não foi por minha livre escolha ou opção. Não que eu tenha decidido, mas a vida decidiu por mim que era momento de modificar algumas coisas, ou tudo...algumas vezes, é assim que acontece conosco, se não decidimos ou mudamos, a vida vem e muda ou decide por nós, simples assim.
Neste período em que tudo parou e tive que me recolher para cuidar da saúde o que não faltou em minha vida foram os "palpiteiros" de plantão. Mais do que aquelas pessoas que querem ajudar, sempre há aquelas pessoas que seguem a linha do "não basta não ajudar, ainda tem que atrapalhar.".
Foram e ainda são diversas as intromissões neste sentido: profissionais péssimos que não entendem um pingo sobre dor crônica e me dizem as coisas mais absurdas possíveis me fazendo sentir um lixo, pessoas que afirmam que criei uma dor imaginária para me aproveitar da situação e não precisar trabalhar, outras que acreditam que minha dor é "psicológica" no sentido mais pejorativo da palavra, receitas milagrosas das mais absurdas (esse tipo de coisa até é aceitável, visto que a intenção da pessoa é ajudar), críticas das mais duras possíveis do tipo - "nossa, mas vc ainda não melhorou?" - "mas não é possível, não é normal ter uma dor dessas!" com a expressão mais horrorizada do mundo, como se vc fosse um ET...
Mas, confesso que de todas elas, as que mais incomodam são aquelas que atingem as pessoas que eu amo e que se dedicam muito a cuidar do meu bem estar, da minha saúde, como o meu marido e minha mãe.
Nesses anos, especialmente minha mãe tem ouvido coisas do tipo: "deixe sua filha em paz, vá viver sua vida!", ou ainda: "ela não sara pq vc não sai do pé dela!", e por aí vai...isso me abala demais. Porque eu ainda não sou mãe, mas posso sentir através da minha mãe, o quanto dói ver um filho com toda uma vida pela frente ter a vida paralisada por causa de uma doença que nenhum médico consegue resolver ou curar.
É extremamente triste para uma mãe ver seu filho adoecer, entristecer, se afastar do seu trabalho, de suas atividades, ficar depressivo, perder a vontade de viver, ficar acamado, passar horas, dias, meses e anos de sua vida em hospitais, prontos socorros, consultórios médicos sofrendo horrores, sendo medicado e não sentir alívio ou esperança....e ainda ter de ouvir críticas?
Portanto pessoas desocupadas, apenas parem!!! Pensem, repensem suas vidas!!!
Ninguém tem o direito de julgar a vida de outra pessoa, de dar lições de moral, de ensinar nada à ninguém.
Aqui neste mundo estamos todos no mesmo barco, todos somos seres humanos e estamos no mesmo estágio de evolução, ou seja, precisamos e temos MUITO a aprender.
Eu estou tentando. Ter a saúde arrancada de mim me mostrou que o orgulho, o egoísmo, a vaidade e tantas outras coisas nesta vida são pequenas demais diante do AMOR, da AMIZADE, do CARINHO e tantos outros sentimentos bons que podemos cultivar dentro de nós ao invés de ficarmos apontando o dedo para outras pessoas ao julgá-las sem saber o que se passa em suas vidas!
Portanto, é tempo de aprender, de se deixar levar por sentimentos bons, de perdoar, de deixar o amor invadir as nossas casas e os nossos corações e de curar os nossos corpos, mentes e almas adoecidos, porque a vida é muito rara. Existir é fácil, sobreviver também é, mas viver é muito mais que isso!!!
Aos que não acreditam que preciso de cuidados médicos ou de repouso, minhas desculpas por às vezes sentir raiva de vocês, e espero que nunca precisem passar por este tipo de dificuldade em suas vidas para poder entender o meu lado.
E aqueles que jamais me julgaram, desistiram de mim, especialmente minha mãe, amigas e amigos e meu marido, só posso dizer muito, muito, muuuuuito obrigada!!! Essa foto aí de baixo representa todos vcs...ela é a pessoa que está comigo em todos os momentos. Que sofre junto, que vibra em todas as pequenas conquistas, que chora, que sorri, que me abraça quando preciso, que me faz levantar e sacodir a poeira e que me faz acreditar que o amanhã será melhor....
Obrigada, mãe!!! |
Um comentário:
Flávia,
Como se percebe, acabo de ler seu post. Sempre fico aguardando notícias suas pois, percebo nas entrelinhas, que tanto você quanto as pessoas que te amam, o quanto todo este processo da busca de uma solução definitiva os tem devastado.
Não compreendo gente desapaludida que não sabe se colocar no lugar dos outros e ainda por cima se acha no direito de palpitar, e errrado, na fragilidade dos outros.
Daqui de longe só posso mandar muita energia através de minhas preces a ti e sua família. Parabéns a sua mãe!
Bjks.
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